Com o incentivo dos programas o agricultor consegue recursos para financiar a atividade
O cultivo florestal hoje é uma alternativa também para pequenos produtores rurais. A demanda por madeira é crescente e de olho nesse mercado os agricultores paranaenses estão investindo na atividade. O coordenador do projeto Madeira do Instituto Emater, Amauri Ferreira Pinto, lembra que há muito tempo os extensionistas vêm alertando os agricultores, em especial os produtores familiares, sobre a oportunidade de negócio motivada pela falta de madeira no mercado.
“De 2008 para cá os preços vêm subindo e aumentando a rentabilidade dos cultivos florestais. A atividade ainda pode ser associada ao cultivo de grãos e à pecuária, aumentando a rentabilidade da pequena propriedade”, afirmou.
Segundo dados do Instituto Emater, a área com cultivos florestais no estado aumentou cerca de 50 por cento nos últimos seis anos. Até 2005 o Paraná contava com 830 mil hectares de florestas plantadas. No levantamento, feito em 2011, esse número passou para 1,3 milhão de hectares. Os especialistas acreditam que o setor deve seguir se expandindo e nos próximos dez anos deve chegar a 2,0 milhões de hectares.
Além da alta procura por madeira, a oferta de crédito para financiar a atividade florestal e a ação da Extensão Rural na divulgação desses programas e de tecnologia de produção tem incentivado mais produtores a investir no cultivo florestal.
Para Amauri Ferreira Pinto, uma das grandes dificuldades do produtor é assimilar o conceito de investir numa atividade que exige um longo prazo para dar retorno econômico. No caso da bracatinga são necessários cinco anos de espera, já o eucalipto exige sete anos e o pinus, oito anos. Porém, Amauri lembra que atualmente o agricultor pode conseguir recursos oficiais para financiar a atividade.
É o caso do programa ABC (Agricultura de Baixo Carbono) que tem juros baixos, do Pronaf Florestal em que o produtor faz o empréstimo para implantar a floresta e daqui a oito anos vai começar a pagar o financiamento, com juros de 1 a 2 por cento ao ano. “Lá na frente, quando o agricultor fizer o corte, ele terá recursos para pagar o investimento e ainda uma margem de lucro para guardar no bolso”, esclarece Amauri.
Além dos fins comerciais, o cultivo florestal também pode contribuir com a preservação da natureza, obedecendo aos conceitos de sustentabilidade ambiental, aplicados à agricultura familiar. “O projeto Madeira, do Instituto Emater, tem apoiado os produtores dando a eles formas e tecnologias para que se possa recompor com sucesso as APPs (Áreas de Preservação Permanente) e formas de utilização da reserva legal, do ponto de vista econômico, atendendo à exigências legais vigentes”, ressaltou Amauri.