Use a cabeça, não use drogas

Há muito tempo que, no Brasil, as drogas deixaram de ser um problema exclusivamente de saúde. Elas se tornaram o pivô de uma questão sociopolítica igualmente grave: a infiltração do tráfico no tecido social, levando à quebra de valores, ao confronto com as autoridades policiais, à interferência no dia a dia das cidades e na vida dos cidadãos, ao aumento da criminalidade geral, à morte prematura de jovens - tudo isto para só citar alguns dos males associados a esta questão, que já fazem parte do cotidiano brasileiro.
A prevenção ao uso é, portanto, necessidade sentida por médicos, psicólogos, advogados, jornalistas e outros profissionais que lidam com as consequências pessoais e sociais geradas pelo consumo de drogas. A estes se juntam pais e mães de adolescentes e jovens, assustados com a difusão das substâncias ilícitas nos ambientes frequentados por seus filhos: clubes, escolas, shows e festas - a realidade é que elas estão em todo  lugar. A reação da sociedade não pode mais ser adiada, pois o problema das drogas já ultrapassou os dramas familiares, também igualmente graves, gerados por elas.
Já não basta pedir aos pais, professores e profissionais de saúde que fiquem atentos a um conjunto de sintomas normalmente associados às drogas - mudanças de comportamento, queda de rendimento escolar ou profissional, atitudes furtivas ou impulsivas, inquietação, depressão - e a situações inexplicáveis, como o sumiço de dinheiro ou de objetos de valor. A conscientização contra as drogas precisa se tornar um compromisso constante de todos os cidadãos - sejam pais, sejam profissionais, sejam jovens ou não.