Servidora confirma irregularidades na Assembleia

O primeiro dia de julgamento do processo criminal contra os ex-diretores da Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP) José Ary Nassiff (administrativo) e Cláudio Marques da Silva (de pessoal) foi marcado pelo depoimento da funcionária do departamento de pessoal da Casa responsável pelos registros de atos do Legislativo. Cleia Lúcia Pereira Carazzai admitiu irregularidades no procedimento a pedido de Cláudio Marques.
De acordo com o testemunho não se respeitava a ordem numérica dos registros e desta forma existiam “atos em brancos” sem a devida numeração. Cleia afirmou que estes documentos eram utilizados para o registro de falecimentos, licenças ou homenagens. A servidora disse ainda que "para corrigir pequenas falhas" preencheu atos oficias do ano de 2008 com data de 2006, assim como de 2002 e 2003.
O procurador da ALEP que também prestou depoimento e presidiu a sindicância instaurada logo após as primeiras denúncias de atos secretos Marco Antonio Marconcin defende que as irregularidades encontradas no caso se referem apenas a salários não compatíveis com os cargos ocupados. Para ele existem somente diários avulsos, e não secretos, que podem ser consultados na biblioteca da Assembleia. Segundo Marconcin se houver a existência de datas distorcidas, isso se deve a erros de funcionários “e não por maldade”.
Os advogados de defesa dos ex-diretores dispensaram as suas testemunhas e com a decisão não haverá audiências nesta quinta-feira (18) e sexta-feira (19).  A juíza do caso Ângela Ramina aguarda agora o depoimento de duas testemunhas, a pedido do Ministério Público, que moram em Londrina e Guarapuava. Elas serão ouvidas por carta-precatória nos próximos 20 dias e somente depois disso os dois réus, Nassiff e Marques, irão depor à Justiça.
O outro ex-diretor acusado de desvios, Abib Miguel, o Bibinho, vai ser ouvido nos dias 9, 10 e 13 de dezembro porque ainda se recupera da cirurgia realizada no começo do mês.