"Medida quer aproximar posições dos bancos à realidade do mercado", diz Tombini

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou hoje, em coletiva na sede da instituição, em Brasília, que a medida adotada hoje para conter a desvalorização do câmbio tem como principal objetivo "redimensionar o tamanho das posições vendidas das instituições financeiras". Segundo Tombini, essa situação dos bancos atingiu US$ 16,8 bilhões em dezembro e está em desacordo com relação ao giro do mercado cambial brasileiro, que movimenta cerca de US$ 2 bilhões por dia.
— A posição das instituições está superdimensionada e a intenção é fazer com que ela fique mais próxima da realidade do mercado — afirmou.
Tombini disse ainda que a ação foi tomada dentro do prazo que o Banco Central julgou adequado, apesar de a ideia não ser recente.
— O Banco Central toma medidas na hora que acha melhor tomá-las — declarou.
O presidente do BC acrescentou disse entender que o sistema de câmbio flutuante funciona bem no país, mas as empresas devem tomar cuidado ao assumirem compromissos em moeda estrangeira, pois "a flutuação ocorre para os dois lados".
Tombini avaliou que o ambiente internacional apresentou melhora, mas o quadro externo ainda é volátil. Nesse quadro, a recuperação econômica dos países avançados tem sido mais lenta e a reação tem levado à adoção de políticas econômicas "acomodatícias". Ele destacou ainda que esse cenário tem gerado grande liquidez internacional, "que procura outras economias".
— Temos alguns desafios e sabemos como endereçá-los — afirmou.
Ele destacou que o Brasil não é passivo nesse cenário e está atento para levar as suas preocupações e contribuições para que haja um saída suave desse processo. Segundo ele, o Brasil tem defendido medidas prudenciais para que a estabilidade do mercado financeiro não seja afetada.

AGÊNCIA BRASIL