Nos últimos anos acompanhando os trabalhos legislativos de minha cidade me mostrou que os munícipes têm muita força dentro de uma câmara de vereadores, e não é preciso comprar briga com ninguém e muito menos de muitos munícipes para as mudanças acontecerem. Desde que a motivação a nos guiar seja a indignação, devemos cobrar nossos legisladores municipais diretamente via telefone, e-mail ou conversa na Câmara, pois de uma forma geral os vereadores (alguns) são receptivos aos reclamos da população. Mas nada de reclamar do asfalto da "sua" rua, pedir um emprego para "seu" marido ou bolsa de estudos para o "seu" filho.
Temos que aprender a cobrar, e para isso devemos primeiro nos informar. Sobre a saúde do município, por exemplo: de que adianta reclamar genericamente que faltam médicos nos postos de saúde ou remédios nas farmácias populares? Ora, existe uma verba anual justamente para cobrir gastos com médicos e com remédios; Se está faltando temos que descobrir porque o dinheiro não está dando. Como? Saber de quanto é esta verba e quais são os gastos na área. Simples. A Câmara ou a Prefeitura não fornece? Pois então a primeira cobrança dos munícipes deve ser a transparência nas contas públicas (nada a ver com aqueles montes de números que as prefeituras publicam em jornais obscuros).
De uma olhada no site do governo e da prefeitura e faça comparações com o oque o governo manda para sua cidade e com o que a prefeitura faz. Já é um começo.
Bom dia Gauchão...
Valente e intróito Bloguista Gauchão com seu jeito singular e contundente de levar a notícia local aos desassistidos moradores sarandiense, aceite o meu especial carinho e respeito pelo empenho, garra e coragem em ser um legítimo defensor das causas sociais e políticas e por vestir a “camisa de Sarandi”.
O processamento/maturidade da informação até a sua veiculação midiática, diferentemente da “especulação informativa” com fins meramente “marrons” é que muitas vezes tornar o processo de comunicação truncado e destituído da sua principal fonte de credibilidade, ou seja, a “Verdade”.
Essa transformação crescente que se iniciou no atual contexto sarandiense é um mérito patrocinado pela fusão debativa e embativa dos diferentes meios de comunicação visando defender um bem maior: A população de Sarandi.
Entretanto, ocorre nessa transposição árida do “fato” para o “ato” algumas incoerências internas da comunicação que o próprio tempo possibilita seu reajuste a condições condizentes a realidade que se tenta reinterpretar para o melhor da coletividade.
Quando você diz “... temos que aprender a cobrar, e para isso precisamos nos informar...” estar se traduzindo, nesta colocação, a verdadeira finalidade dos veículos de comunicação sérios e independentes que compõe a “Mídia Integrada” local, ou seja, levar a informação de qualidade com responsabilidade e seriedade em sintonia com os clamores sociais.
Materializar uma “consciência plural” onde os diferentes possam ter espaços democráticos de expressão de suas vontades dos anseios comunitários numa espécie de “Fórum Integrado”, já é um sonho antigo da humanidade frente aos desvios de condutas dos sistemas políticos que se erigiram na história da civilização.
Ao que sabemos, muitas das “necessidades sociais” podem ser resolvidas, em sua grande maioria, através de uma simples “abordagem verbal” que explicite humanamente aquilo que o munícipe deseja ao poder público ou da própria sociedade reduzindo, assim, suas “despesas de custeio”.
Só que os mesmos/alguns que “reivindicam” em nome do povo precisam, e isto é um direito, compartilhar com os mesmos representados, porém se tornam imprescindíveis como eleitores de sua essencial “participalidade democrática” para legitimar a vontade popular pelos novos gestores que praticarão as mudanças necessárias para o bem comum.
É preciso, sim, saber cobrar, a quem cobrar e o como cobrar. Não apenas responsabilizar maciçamente os “representantes eleitos”, mas nos capacitar, digo aqui não no sentido de se tornar um “expert” na área apenas apontando a necessidade de se “politizar o cidadão”, para que um dia possamos chegar a uma condição de mais equidade no monitoramente e avaliação da “coisa pública”.
Portanto, o processo e longo e moroso, só que, felizmente, já iniciamos esta amplificação e ampliação do debate há vinte anos, desde a promulgação da Constituição Federal quando no Art. 1º, Parágrafo Único, onde versa que “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente” através do pluralismo político e social.
Concluindo, A CF 88 coloca o “povo” como principal agente promotor de desenvolvimento inclusivo, desde que o mesmo exerça uma “cidadania ativa” e não passiva como estamos acostumados a ver e a lamentar. Pois, não haverá justiça social sem Fiscalidade Participativa regida pela transparência e publicidade dos atos administrativos da esfera pública.