Análises da Academia Brasileira de Neurologia (ABN), a partir de dados do Ministério da Saúde, apontam que a cada cinco minutos um brasileiro morre vitimado por doenças cerebrovasculares, sobretudo o acidente vascular cerebral (AVC).
Isso representa 11 mortes após uma hora, 268 ao final de um dia, 97.881 ao longo de um ano. Especialistas estimam que o avanço da doença pode ser ainda maior do que indicam as estatísticas oficiais. No mundo, a doença provoca uma morte a cada seis segundos, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).
O AVC decorre da insuficiência no fluxo sanguíneo em uma determinada área do cérebro. Essa falta ou restrição no fornecimento de sangue pode provocar lesão ou morte celular, além de danos nas funções neurológicas.
Quando originado por obstrução de vasos sanguíneos, o AVC classifica-se como isquêmico, quando é resultado por uma ruptura do vaso, caracteriza-se como hemorrágico.
Sinais de alerta
Muitos sintomas são comuns aos acidentes vasculares isquêmicos e hemorrágicos, como dor de cabeça muito forte, sobretudo se acompanhada de vômitos; fraqueza ou dormência no corpo, geralmente afetado um dos lados do corpo; paralisia (dificuldade ou incapacidade de movimentação); perda súbita da fala ou dificuldade para se comunicar; perda da visão ou dificuldade para enxergar com um ou ambos os olhos.
"O atendimento tão logo ocorra o AVC propicia um melhor prognóstico e maior chance de sobrevivência", garante o neurologista Rubens Gagliardi.
Entre os recentes avanços no tratamento foi o desenvolvimento de terapias capazes de dissolver o coágulo, como os trombolíticos, e restaurar o fluxo sanguíneo para o cérebro.
Essas intervenções possuem maior eficácia quando desempenhadas até três horas após o início dos sintomas.
O tratamento da hemorragia cerebral também é mais eficiente quando o paciente é atendido nas primeiras horas.
"Mesmo que não seja hospitalizado imediatamente, o paciente deve ser encaminhado ao hospital o mais rápido possível, para receber tratamento apropriado", alerta o especialista.
O diagnóstico realizado no hospital é fundamental na distinção do AVC de outras doenças igualmente graves e com sintomas semelhantes.
Indício de outras doenças
Pessoas com histórico do distúrbio podem apresentar outras artérias, de diferentes partes do organismo, com coágulos e predisposição ao entupimento. Desta maneira, possuem maior chance de desenvolverem outros problemas de saúde.
Um levantamento feito pela International Stroke Society (ISS) aponta que 15% dos pacientes que tiveram um AVC poderão falecer ou ser hospitalizados em decorrência de problemas nas artérias, como infarto ou um novo evento, num período de um ano.
No entanto, alguns fatores inerentes à vida humana, como o envelhecimento, podem predispor indivíduos a serem acometidos por AVC.
A doença possui maior incidência sobre pessoas com idade superior a 55 anos. Características genéticas como pertencer à raça negra, ter história familiar de doenças cardiovasculares também aumentam a chance de AVC.
Reabilitação
Diretamente ligada à qualidade de vida, a reabilitação muitas vezes começa no próprio hospital, fazendo com que o paciente se adeque mais facilmente a sua nova situação e restabeleça sua mobilidade, habilidades funcionais e independência física e psíquica.
Esse processo ocorre quando a pressão arterial, o pulso e a respiração estabilizam, muitas vezes um ou dois dias após o episódio de AVC. Entre os focos iniciais encontra-se o combate à espasticidade, rigidez nos músculos que pode provocar deformações que impedem o paciente de executar alguns movimentos.
O processo de reaprendizagem exige paciência e determinação do paciente. O cuidador desempenha fundamental papel em todo o processo de reabilitação. Muitas vezes, ele é responsável por dar remédios nas horas corretas, em vista da possibilidade de esquecimento decorrente de alterações na memória.
Baseado na plasticidade cerebral, capacidade do cérebro de destacar células nervosas sadias para realizar funções de células danificadas. Para isso é necessário estimular, continuamente, os membros afetados pela doença.
Outro aspecto de considerável importância é o retorno do paciente ao convívio social, seja por meio de leves passeios, compras em lojas ou quaisquer atividades comuns à rotina normal. Essa orientação é fornecida pelo terapeuta ocupacional outro profissional muito importante na reabilitação do paciente.
Fonte: Paraná Online
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