Os bancos públicos usam mecanismos para evitar que empresas que estão na lista suja do trabalho escravo, elaborada pelo Ministério do Trabalho, tenham acesso a linhas de crédito até que resolvam sua pendência jurídica. A informação é de representantes dos bancos que estiveram ontem no Encontro Nacional para Erradicação do Trabalho Escravo, em Brasília.
Segundo o diretor jurídico do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luiz Ferreira, desde 2005, a política de empréstimo da instituição veta o acesso a empresas que estão na lista suja. “Há também uma preocupação de que, antes de dar o crédito, a empresa tem que mostrar que não tem nenhuma ação de trabalho escravo, nem de assédio, entre outras. É o que chamamos de cláusula social do nosso contrato”, disse.
Ele afirmou que, mesmo depois de assinado o contrato de empréstimo, o banco monitora a empresa para ver se houve inclusão posterior na lista suja do trabalho escravo. Caso isso ocorra, o contrato poderá ser suspenso até a empresa resolver a questão.
O diretor de Responsabilidade Sustentável do Banco do Brasil (BB), José Herculano da Cunha, disse que o banco consulta diariamente a lista suja do Ministério do Trabalho e, caso algum cliente seja incluído, não tem acesso ao crédito. “Ele só pode ter um novo crédito quando resolver o problema”, afirmou.
Ele disse ainda que o BB não patrocina ações de empresas que estejam envolvidas em algum caso de trabalho degradante, como é o caso do trabalho em condição semelhante à escravidão. D.P
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