No Paraná a divulgação ou impugnação de resultados de pesquisas eleitorais se tornou instrumento de marketing para os candidatos ao governo do estado. Cada político utilizou os números ao seu favor de acordo com os próprios interesses. Mas as pesquisas erraram. Os resultados apurados nas urnas contrariaram os números divulgados nas pesquisas. Assim como em 2006 em 2002, candidatos se disseram prejudicados pelos números divulgados.
Segundo o Ibope as eleições no estado iriam ser decididas apenas no segundo turno porque os candidatos Beto Richa (PSDB) e Osmar Dias (PDT) estariam empatados com 45% das intenções de votos cada um. O mesmo instituto também apontava a vitória de Dilma Rousseff (PT) no primeiro turno com 50% dos votos contra 27% de José Serra (PSDB) e apenas 13% da Marina Silva (PV).
O erro mais grosseiro foi para a disputa no Senado. Os dois primeiros colocados, Gleisi Hoffmann (PT) e Roberto Requião (PMDB) apareceram na véspera com vantagem superior a 20 pontos a Gustavo Fruet (PSDB) e Ricardo Barros (PP). No entanto, o resultado final apontou uma disputa muito mais apertado, a ponto da diferença entre Fruet e Requião, terceiro e segundo colocados ter ficado em torno de um ponto percentual.
De acordo com o diretor da Paraná Pesquisas Murilo Hidalgo algum problema de metodologia deve ter afetado os resultados das pesquisas divulgadas. “Todos querem acertar mais erros acontecem. No geral, as pesquisas são confiáveis porque existe metodologia segura que resulta em erros mínimos e grandes acertos” afirma. Segundo ele, os erros são prejudiciais para a imagem dos institutos de pesquisa, mas se trata de um abalo momentâneo. “Ninguém vai lembrar de nada com a divulgação de novos números” aposta.
Murilo alerta a população que os mesmos políticos que criticaram a validade das pesquisas dos institutos vão publicá-las novamente assim que os resultados estiverem ao seu favor. Ele defende a proibição do uso indiscriminado das pesquisas. “Os resultados não poderiam ser usados no horário eleitoral gratuito como instrumento de marketing dos políticos”. JORNALE
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