O dólar comercial abriu o dia em baixa de 0,12%, negociado a R$ 1,735 no mercado interbancário de câmbio. No pregão de sexta-feira, a moeda norte-americana fechou em alta de 0,29%, cotada a R$ 1,737. Na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), o dólar com liquidação à vista abriu as negociações em queda de 0,32%, a R$ 1,7315.
Divulgado em meio a preocupações, o pacote de auxílio financeiro à Grécia mostra-se insuficiente para garantir o restabelecimento do clima de otimismo no mercado internacional. Até porque as atenções sobre o anúncio de que a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional (FMI) disponibilizaram 110 bilhões de euros para a Grécia estão sendo divididas com o aumento de compulsórios na China e com a proposta de alta do imposto sobre lucros de empresas de commodities (matérias-primas) na Austrália.
'A situação é parecida com aquela que foi vista quando estourou a crise nos bancos. Não adianta ajudar um só. Há todos os outros países do euro, vários deles com problemas. O mercado quer saber o que vai ser feito', resume um especialista do mercado brasileiro de câmbio, tentando explicar a reação do euro, que opera em queda em relação ao fim da tarde de sexta-feira.
Parte da desconfiança mostrada em relação ao pacote de ajuda à Grécia está sendo atribuída também ao feriado de hoje, em Londres. Os operadores afirmam que a reação nesta praça é importante para ajudar a dar um rumo aos demais mercados. Além de Portugal, Espanha e Irlanda, o Reino Unido também apresenta dificuldades. No entanto, o Reino Unido não pertence à zona do euro, o que lhe dá margem de manobra maior para ajustes econômicos.
No Brasil, o mercado avalia o noticiário internacional. Além disso, há o fato de ter se esgotado a movimentação em torno do vencimento dos contratos futuros de maio, que são liquidados hoje pela ptax (taxa de dólar calculada pelo Banco Central) de sexta-feira passada e que ajudaram a imprimir trajetória de queda no dólar.
Os operadores ressaltam que nada muda em relação às perspectivas de fluxo - principalmente em função do diferencial entre os juros domésticos e os internacionais. Isso tende a limitar uma eventual valorização do dólar ante o real. D.M
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