O candidato do PMDB a prefeito de Curitiba, Rafael Greca, visitou nesta quarta (15), a Associação Médica do Paraná (AMP), recebido pelo presidente João Carlos Baracho e diretores.
Rafael Greca, que teve o atual presidente como um de seus secretários de Saúde na prefeitura - o outro foi o médico Armando Raggio -, aproveitou a visita para anunciar suas metas de valorização salarial dos médicos no serviço municipal.
O candidato do PMDB defendeu salário básico de R$ 4 mil para médicos das Unidades Básicas, R$ 5,5 mil para médicos dos Centros de Especialidades, R$ 10 mil para médicos das Unidades de Sáude da Família e remuneração de R$ 1 mil para 12 horas de plantão.
Greca também defendeu o serviço público com plano de cargos e salários e absoluta segurança para os médicos e funcionários dos postos de saúde.
“Hoje Curitiba tem 1200 médicos estatutários, 800 médicos celetistas e pessoal contratado pela FEAES, fundação terceirizada. Precisamos consolidar um corpo clínico valorizado. Este é o meu ideal”.
Envolvimento
Na oportunidade, Greca assinou uma carta-compromisso elaborada pela diretoria da entidade, que representa os médicos paranaenses. O documento contém propostas de programas e ações que visam melhorar a gestão da saúde pública de Curitiba.
“O nosso objetivo é dizer que a classe médica está atenta ao processo democrático, firmar um compromisso para que tenhamos voz na gestão deste serviço essencial e ouvir as propostas dos candidatos em relação à saúde”, destacou o presidente da AMP, João Carlos Baracho.
Democracia
Para Greca, essa foi uma importante oportunidade para ouvir a classe médica, num momento em que o serviço de saúde da capital vem sofrendo críticas da população. O candidato falou sobre seus planos para a área
“Pretendemos ampliar a oferta da gestão pública, reduzindo as excessivas terceirizações, valorizando os profissionais com um salário conivente ao trabalho. Quero médicos gestores, não simples empregados amarrados a um cartão ponto”.
“Quero clínicos com autonomia para ordenar exames. Vim à Associação Médica aprender. Só consegue liderar quem é capaz de aprender com os gestores dos serviços”, afirmou Greca.
Carta compromisso
A carta-compromisso da AMP, que será apresentada aos principais candidatos de Curitiba, tem oito pontos que buscam ajudar a nova administração para promover melhorias no atendimento à saúde aos curitibanos.
Entre os pontos estão a participação da entidade representativa nas decisões de políticas públicas para a saúde, vacinação universal, redução no tempo da fila de espera no atendimento de especialidades e o equacionamento de urgência e emergência, entre outros.
Estrutura
Para o médico Jairo Araújo Sponholz, os problemas do sistema não se resumem a questão salarial dos profissionais, mas também, à estrutura do sistema, principalmente no que diz respeito à falta de leitos SUS nos hospitais, como existia na gestão Greca (1993-1996).
Naquela época a Unidade de Saúde 24 horas da Boa Vista era suportada por contrato de prestação de serviços do Hospital das Clínicas (UFPR), a Unidade de Saúde 24 horas do Campo Comprido era atendida por contrato com o Hospital Evangélico e a Unidade de Saúde 24 horas do Boqueirão era servida pelo Hospital Cajuru (PUCPR) e assim por diante.
“O problema não é só salarial, mas também a desvalorização do programa de cargos e salários dos profissionais e a extrema dificuldade em achar leitos nos hospitais”, disse Sponholz.
Para Greca, a cidade tem uma boa estrutura instalada, sendo necessária a oferta de melhores serviços.
Escala metropolitana
Um dos pontos abordados na reunião foi a questão do serviço de saúde gerado pela cidade que é usado por moradores da região metropolitana e até de outras regiões do estado. Segundo os profissionais, os centros de saúdem tem uma fila de espera de até dois anos.
Segundo o tesoureiro e médico, Gilberto Pascolat, a demanda aumentou e não foram feitas ações para aumentar o serviço, ao ponto de a cidade atender cerca de 80% da demanda da RMC, resultando em algumas ocasiões o não atendimento de pacientes.
Para Greca, a prefeitura tem de firmar um pacto com as cidades da Região Metropolitana e com o governo no estado no sentido de orientar ações de saúde para que não haja um sobre-carregamento em Curitiba.
Universidade Corporativa
Uma das iniciativas da AMP, mostradas a Greca, é a Universidade Corporativa, que trabalha com a educação continuada dos médicos, desenvolvendo competências e ampliando as habilidades intelectuais e sociais.
Segundo Greca, a prefeitura vai firmar convênio de parceria com a instituição para treinar os médicos da rede pública na busca da resolutividade.
Participaram da reunião, o presidente da MP, João Carlos Baracho, o Diretor de Defesa profissional, Dr. Jairo Sponholz Araújo, já chefe de serviço no Hospital das Clínicas; professora responsável pela Ucam, Liete da Rocha Blume; o Diretor de Marketing, Reinaldo Martinazzo; o Diretor Jurídico, Carlos Alberto Morol; a gerente administrativa, Jislaine Quiroz o Diretor Social, Carlos Naufel, Diretor de programas sociais da AMP ortopedista do Hospital Evangélico e o Tesoureiro da AMP, Gilberto Pascolat, médico de carreira da Prefeitura, hoje lotado no Instituto Curitiba de Saúde.
Legendas fotos:
Rafael Greca (PMDB) assina carta-compromisso com a classe médica na AMP.
Fotos: Freddy Pinheiro
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